Aliado de David Almeida, liderança do Parque das Tribos foi preso por tráfico e cobrança de propina

A liderança comunitária do Parque das Tribos, na Zona Oeste de Manaus, Ismael Franklin Gonçalves, conhecido como Ismael Munduruku, foi preso por tráfico e cobrança de propina no Amazonas. Ele é conhecido pelo seu histórico criminal na Região Norte do Brasil. Em 2020, ele foi preso, em flagrante pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), suspeito de tráfico de influência e cobrança de propina para regularizar imóveis.

De acordo com a polícia, ele cobrava propina no valor de R$ 2,5 mil para facilitar a regularização de imóveis por meio da Vice-Presidência de Habitação e Assuntos Fundiários (Vpreshaf), órgão ligado ao Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb).

A remuneração do ex-servidor da Prefeitura de Manaus, na época sob gestão de Arthur Virgílio Neto, era de R$ 4,4 mil até maio daquele ano, quando foi exonerado. De acordo com nota, a própria prefeitura foi a denunciante do caso. Ao tomar conhecimento, acionou a PC-AM. A Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd) foi responsável pelas investigações. Na época, a Prefeitura de Manaus, sob a gestão de Arthur Virgílio Neto, se pronunciou.

“O município tomou conhecimento da situação por meio de denúncia da própria testemunha envolvida na ação e, com base no princípio de que todo servidor que toma conhecimento de fato ilícito em razão do cargo deve comunicar as esferas cabíveis (administrativa e penal), levou o caso à Polícia Civil”, dizia um trecho da nota publicada em 10 de julho de 2020.

A prisão de Ismael Muduruku aconteceu no bairro Ponta Negra, na Zona Oeste de Manaus, nas proximidades da sede da Subsecretaria de Habitação Fundiária (Subhaf). O flagrante ocorreu em 9 de julho daquele ano, mais de um mês depois de Ismael Munduruku ter sido exonerado da prefeitura. Policiais civis ficaram de tocaia para flagrar o ex-servidor no momento em que ele iria receber uma quantia em dinheiro.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Aldeney Góes, apesar de Ismael ter sido exonerado no início do mês de junho daquele ano, ele continuava utilizando informações e contatos de dentro do órgão para cobrar propina das vítimas.

“O caso específico, que culminou na prisão dele, teve início quando Ismael se apresentou como servidor municipal e cobrou a quantia de R$ 2,5 mil de uma mulher que queria a atualização da inscrição pública perante a Subsecretaria de Habitação Fundiária de Manaus. O valor foi cobrado para que o infrator estabelecesse contato com servidores do órgão, e, dessa forma, agilizasse os trâmites burocráticos”, afirmou.

O crime de tráfico de influência, previsto no Art. 332 do Código Penal, é um dos crimes praticados por servidores públicos contra a administração em geral. Consiste em “solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função“. A pena prevista é de reclusão, de dois a cinco anos, e multa. A pena é aumentada se o agente alega ou insinua que a vantagem é também destinada ao funcionário público.