Prefeito David Almeida usa camisa de mais de R$ 4 mil em meio a obras paradas e acidentes fatais na cidade

Em mais uma polêmica envolvendo a gestão municipal, enquanto Manaus enfrenta mortes causadas por buracos nas ruas e obras paralisadas, o prefeito David Almeida (Avante) ostenta um padrão de vida que contrasta fortemente com a dura realidade da população. Recentemente, durante um culto evangélico, ele foi visto usando um mocassim Ferragamo avaliado em R$ 8.938 — o equivalente a 7,5 salários mínimos — e um relógio Baume & Mercier Clifton de R$ 26.320, valores que juntos representam o salário mensal de aproximadamente 23 trabalhadores brasileiros.

Esse descompasso fica ainda mais evidente ao se analisar o histórico de gastos do prefeito com itens de luxo. Em junho, Almeida apareceu com uma camisa branca que custou mais de R$ 4 mil. Já a primeira-dama, Izabelle Fontenelle Almeida, durante uma visita a uma escola municipal, foi registrada usando um relógio Cartier avaliado em R$ 234 mil — valor suficiente para adquirir cerca de 1.560 cestas básicas.

Enquanto isso, os manauaras pagam o preço pela má administração pública. Em maio, Marcelo Augusto Andrade Matos, de 31 anos, faleceu após cair do Viaduto Rei Pelé, conhecido como “Viaduto Saci”, que na época estava inacabado. Apesar da inauguração da estrutura, as reclamações continuam. Pouco tempo depois, Geovana Ribeiro da Silva, biomédica grávida de nove meses, morreu em um acidente provocado por um buraco na avenida Djalma Batista, uma das principais artérias da cidade.

O paradoxo é agravado pelo fato de que a Prefeitura de Manaus dispõe de um orçamento robusto. Somente para o programa “Asfalta Manaus” foram investidos R$ 181,8 milhões entre 2021 e 2022. O dinheiro, portanto, não é o problema. O que chama atenção é que os recursos parecem não chegar onde deveriam, enquanto o prefeito e sua esposa exibem publicamente bens de luxo que superam o salário anual de muitos trabalhadores da cidade.