
Após anunciar a abertura de processo de expulsão contra o deputado estadual Wanderley Monteiro por ter assinado a CPI do Asfalto, o Avante Amazonas recuou e mudou de estratégia. Agora, o partido emitiu uma “orientação partidária” exigindo que o parlamentar retire, nos termos regimentais, sua assinatura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigará a aplicação de R$ 181 milhões do Governo do Estado no projeto Asfalta Manaus, executado pela Prefeitura.
O documento, datado de 12 de agosto e assinado pelo secretário-geral da legenda, Laurimar Wagno de Oliveira Júnior, afirma que a assinatura “não se coaduna com a linha política e estratégica definida pelo partido” e alerta que o descumprimento poderá gerar medidas disciplinares internas.
A mudança de postura revela que, diante da repercussão negativa e das acusações de tentativa de intimidação, o Avante optou por substituir a ameaça de expulsão por uma pressão formal, buscando enquadrar Wanderley Monteiro e evitar o prosseguimento da CPI.
Para o deputado, a CPI é um instrumento legítimo e necessário para que todas as denúncias sejam investigadas com transparência.
O caso expõe a tensão entre a disciplina partidária e o dever constitucional dos deputados de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos. Críticos afirmam que a decisão do Avante fere a independência do mandato e levanta questionamentos sobre a real disposição de determinadas forças políticas em permitir que as denúncias sejam apuradas de forma clara e imparcial.